Bixo Aprovado
ANNA LAURA HARUMI DE LIMA TANADA - MEDICINA | UFF
Anna, com certeza você será uma excelente médica, muito sucesso nessa nova etapa da sua vida! Veja a entrevista com a mais nova aluna da UFF:
Oficina: O que motivou você a fazer curso pré-vestibular? Conte sobre a sua rotina e como foi o seu ano de estudos.
Aluno: Eu fiz pré-vestibular noturno no meu terceiro ano do ensino médio e, ano passado, com o ensino médio já completo, foi meu primeiro ano de cursinho específico para medicina.
O que me motivou a fazer o curso pré-vestibular foi o meu sonho de cursar medicina e poder ajudar as pessoas.
Eu buscava sempre cumprir com o meu cronograma de estudos, que envolvia teoria, exercícios e revisões, porém algo muito importante também foi reconhecer que a vida não comporta tamanha rigidez, nosso foco e concentração não é linear e constante, são necessários também períodos de menor atividade. Acho que é assim, na verdade, que podemos ter constância. Não houve períodos em que eu não estudei, por exemplo. Mas atribuo isso aos momentos que tive a compaixão comigo mesma de reconhecer que precisava desacelerar.
Além disso, algo muito importante para o crescimento e melhora no desempenho é ter humildade. Reconhecer, por exemplo, que muitas vezes não sabemos nem como é a maneira correta de estudar. Por isso, a função dos orientadores é muito importante nesse momento de preparação para o vestibular.
Oficina: Qual foi a sua sensação ao ver seu nome na lista de aprovados do SiSU e ter ficado em 8º lugar?
Aluno: Foi uma felicidade enorme, principalmente porque pude compartilhá-la com os meus familiares, amigos e professores, que me acompanharam durante toda a minha trajetória até a aprovação. Além disso, também senti que todo o meu esforço e sacrifício, inerentes ao processo de preparação para o vestibular, foram reconhecidos e validados. De certa forma, sinto que os momentos difíceis impostos aos vestibulandos, e, é claro, a mim, como: a reprovação, a constante cobrança de manter-se produtivo, a competitividade - todos eles são sobrepostos por essa alegria que nos invade subitamente ao ler o nome na lista dos aprovados.
Oficina: Por que a escolha pela faculdade de Medicina?
Aluno: Eu escolhi a faculdade de Medicina, pois sempre quis exercer uma profissão na qual pudesse ajudar as pessoas. Durante o meu ensino médio, ocorreram alguns eventos na minha vida pessoal que me fizeram perceber como essa profissão é elitista, e como isso afasta muitos médicos de seus pacientes, verticalizando a relação médico-paciente - o que os leva a deixar de fazer aquilo que eu acho mais importante nessa profissão: ouvir e respeitar. Assim, percebi que era isso que eu precisava fazer, era assim que deveria ajudar as pessoas, estar nesse lugar de poder e compartilhá-lo com aqueles que não o tem, diminuindo esse abismo social e a vulnerabilidade a qual pacientes são submetidos atualmente, para que aqueles que são sempre censurados, possam ser ouvidos e reconhecidos em sua dignidade.
Oficina: Como os professores da Oficina ajudaram você a conquistar a vaga? Tem algum professor que você queira destacar na sua jornada de Oficina? Se sim, conte quem é, o motivo ou algo que ele tenha falado e marcado você.
Aluno: O que me fez escolher o Oficina foi justamente os professores, acho que é o seu maior diferencial. Os professores realmente se importam com os alunos, de modo que há grande abertura para tirar dúvidas, mostrar resoluções de exercícios e pedir orientação de estudos específica para cada matéria. Além disso, os próprios professores acabam se tornando uma rede de apoio para enfrentar esse desafio constante que é o vestibular.
É difícil mencionar só alguns, mas acredito que os professores que mais marcaram a minha trajetória foram o Wander, o Neto, o Maluf e Cláudia. O Wander e o Neto, porque foram os que acompanharam mais de perto a minha jornada, sabiam de todos os resultados dos meus simulados, dos vestibulares e estiveram o ano todo fazendo aquilo que eu muitas vezes não fiz, acreditando em mim. O Maluf também foi muito importante para mim, pois no começo do ano fiquei assustada com tantos professores e colegas novos, e ele era um rosto conhecido no meio de tantas pessoas, que já me conhecia do ano retrasado, do pré-vestibular noturno, tornando-se, ao longo do ano, uma pessoa pela qual tenho muito carinho, o que, ele sabendo ou não, me ajudou a entender aquele espaço como seguro para que eu pudesse estar vulnerável, errar, tirar dúvidas, sentar na primeira carteira, ajudando-me a evoluir. Por fim, sobre a Cláudia: ela é simplesmente a melhor professora de matemática que eu já tive, eu nunca tive facilidade na matéria dela e sabia que isso era um obstáculo para a minha aprovação, e foi ela que tornou esse processo árduo e doloroso, que é melhorar em algo que você não é bom, em algo viável e possível.
Essa forte relação entre os professores e alunos inclusive me proporcionou amigos que levarei para a vida toda, como o Piton e o Fefê.
Por fim, gostaria de salientar, novamente, que sou extremamente grata a todos os professores que tive no Oficina, não vou falar sobre todos, pois dariam muitas páginas, mas com toda a sinceridade do meu coração, não posso dizer que só esses professores que mencionei me marcaram, pois houve muitos outros que também guardarei para sempre com boas memórias e muita gratidão.
Oficina: Qual dica / quais dicas você pode dar para quem tem o objetivo de passar numa universidade pública?
Aluno: Eu acredito que a única dica que eu posso dar é que esse processo é extremamente individual. Aqui, não cabem comparações e ninguém pode dizer que possui uma “receita de bolo” mágica que, se for seguida à risca, alcançará a aprovação. Acho que entendendo isso, podemos conceber essa trajetória de forma menos pesada e cansativa mental e emocionalmente, o que nos permite persistir e continuar tentando! Acredito verdadeiramente na capacidade de todos em alcançar seus sonhos, mas no seu próprio tempo e sob suas próprias regras.